quinta-feira, 10 de abril de 2008

Direito

"Falar sobre o Direito é tão complexo quanto falar de Deus. Há aqueles que acreditam e juram que o vêem, há aqueles que ou nunca acreditaram ou simplesmente deixaram de acreditar; por fim, há aqueles que como eu, também não o vêem, como o fogo que brilha aos nossos olhos, mas o sentem, como o fogo de arde em nossos corações e lutam para que essa chama nunca se apague.
Este Direito é para nós tão essencial quanto o ar que respiramos. É necessário mantê-lo vivo e aceso como uma fogueira que ilumina o mais escuro dos matagais, mas é também preciso tomar cuidado para que essa chama nem se apague, nem destrua tudo que está ao seu redor, deixando para trás apenas cinzas e fumaças... sinais de que um dia existiram.

Alanna Sousa

domingo, 6 de abril de 2008

LUTO

O Brasil tem vivido tempos questionáveis. Sim, digo isso por que dizer que está bom ou ruim, é muito subjetivo; vai de cada um (mais adiante vocês entenderão o porque).
O último acontecimento que não sai das manchetes de jornais e das notícias de TV, é o homicídio bárbaro da garota Isabella. E digo homicídios, por que nunca acreditei em Papai Noel, e não vai ser agora que eu vou acreditar. Tenho até teoria formada para o caso. Queria muito ter a oportunidade de entrar em contato com os peritos que estão solucionando o caso, para dar a minha opinião. Mas quem daria bola para uma "pirralha" de 19 anos que é mera estudande de Direito, futura estudante de Psicologia, mas que já leu muito sobre coisas do tipo?
Bem, como não posso falar, ainda, a minha tese (sabe como é né?? Nos dias de hoje calúnia, injúria e difamação, é o pau que rola solto nos crimes da "High society"; se pah, daqui a pouco tem adovgado de neguinho ameaçando me processar, pelo orkut), deixarei aqui duas dicas sobre o que eu acho do caso (pra que depois que seja divulgado pela imprensa, e eu jogar a real aqui, ninguém dizer que eu só falei depois que divulgaram e que era "óbvio".
1- a gente já viu esse filme antes, mas com personagens invertidos;
2- Freud explica!!
Eu tenho certeza que os profissionais responsáveis já sacaram o que eu também já saquei. E acho que não precisa ser perito para entender o que rolou ali, naquele dia. A questão é que tem lá aquele ditado que diz: "até que se prove o contrário, ninguém é culpado"; ou seja, vai ser necessário provar, o juiz sentenciar e a coisa, ser julgada. Até lá, tudo que nos resta é a angústia de vivermos uma situação dessas (mesmo que pela solidariedade e comoção geral) e esperar que de alguma forma, a justiça seja feita.
Bom, o fato é que eu não queria me referir necessariamente à essa situação, mas sim à hipocrisia em que vivemos uma hora dessas. Sim, HIPOCRISIA.
Antes de explicar o por que de minha "acusação", tenho umas perguntas a fazer:
Qual a cidade que ocorreu o crime??
Qual o bairro??
Qual a classe econômica/social a que pertencem os familiares da pequena Isabella??
Hummm... Ok. Não precisa responder, afinal de contar, "para bom entendedor, meia palavra basta".
O que quero dizer é que milhares barbaridades como essa ocorrem todos os dias na nossa realidade atual. Experimente dar um plantão na Delegacia de Homicídios da sua cidade, e vocês entenderão o que estou falando. São vários os casos em que filhos matam pais e vice-versa. Mas somente quando o caso se refere à alguem que pertence a uma classe mais elevada da sociedade, é que passa a virar notícia de jornal, e com destaque. Não estou desmerecendo o caso. Por favor, não me entendam mal. Só estou dizendo que o nosso mundo é pequeno demais e a nossa agenda está sempre muito lotada para que nos preocupemos com os problemas do mundo, mesmo quando isso signifique olhar para o que está do nosso lado. Há quem diga que já tem problemas demais para ainda ter que se preocupar com o dos outros; mas que não perde uma fofoquinha no bar mais badalado da cidade, ao som de um pagodinho e com um chopp bem gelado. Mesmo quando do outro lado da rua, tem gente passando fome.
Fome?? Pra gente, fome só se tem na África (o Lula que o diga. Vive fazendo campanha para angariar fundos e medicamentos para mandar pra lá, no seu mais potente e tecnológico avião particular, que custou alguns milhões de dollares; enquanto que aqui no Brasil, ele faz campanha para divulgar um Bolsa Miséria (ops... acho que é Bolsa Família né??).
Temos que nos solidarizar com os africanos que morrem de AIDS e malária; mas quem liga para os cariocas que estão morrendo de dengue??
O mundo parou para ajudar os americanos a reconstruirem New Orleans (cidade de população relativamente "rica") depois de devastada por furacões. O Brasil parou por causa das enchentes ocorridas ultimamente em praticamente todo o País; não por comoção, mas por não ter pra onde ir. E o pior, grande culpa disso, é nossa, por não darmos valor ao que é nosso (a Amazônia, por exemplo) e insistirmos em provocar a fúria da mãe natureza.
Os EUA, um dos maiores países na destruição da natureza, não contentes em apenas ajudar a aumentar o aquecimento global, resolveu não assinar o protocolo de Kyoto. Pra quê mesmo?? Isso não daria tanto lucro quanto investir em um arsenal bélico e ogivas nucleares, ou mesmo mandar jovens para linha de frente em guerra civil Iraquiana (onde nunca foram convidados), e ainda com a desculpa que estão fazendo um bem para o mundo.
O Bush doou 350 milhões de dollares (depois de muito criticado por ter doado, a priori, apenas 35 milhões, enquanto que estrelas da música e cinema, desembolsavam o dobro, no mínimo) para os sobreviventes do tsunami na África; gasta 5 bilhões de dollares com o Iraque, matando inocentes, a cada 30 dias. E ainda pede ajuda para reconstruir a cidadezinha deles, por que a "pobre" economia deles, não permite reconstruí-la, sozinha.
O Brasil parou quando o menino João Hélio (curiosamente de classe média) foi também morto barbaramente, dessa vez, por traficantes. As pessoas que choraram e se emocionaram com esse caso, foram as mesmas que aplaudiram de pé o filme Tropa de Elite, e elegeram o Capitão Nascimento, como o mais novo herói do país (e olha que não é fácil se ganhar o título de herói, no páis em que vivemos, quando se tem o Pedro Bial heroizando seus pupilos no BBB). Se a violência fosse a solução para se alcançar a paz mundial, a essa altura do campeonato, Bush e Bin Laden estariam passando férias, juntos, em Dubai (um querendo pagar a conta do outro). Se duvidar, é o que eles estão fazendo; ou vocês até hoje acreditam que o 11 de setembro foi realmente um ataque terrorista, ou que o EUA não estava sabendo de nada?? (alguém sabe me dizer onde foram parar os escombros do avião que supostamente tinha o Pentágono, mas errou??).
Como se não bastasse toda essa hipocrisia que se vê na TV, eu tenho que vê gentinha andando de Ferrari, num bairro dividido entre a nata da "High society" e o mal-cheiro da miséria humana, desfilando com garotas de 14/18 anos (dependendo do dia) enquanto vende carro popular, com peças duvidosas e notas fiscais mais duvidosas ainda, pra pobre pagar em 72 vezes.
P.S: para quem não sabe, eu moro em São Luiz , MA. Estado mais pobre da federação, e onde há o maior índice de analfabetização do Páis.
Engraçado não?? É nessas horas que a gente ri, pra não chorar.
Pois bem, fica aqui a minha mensagem de solidariedade para a família da pequena Isabella, enquanto aguardo ansiosa pela justiça.
Estou de luto, sim; mas não somente por ela, mas pela humanidade em geral. Por que atingir a situação caótica que atingimos, é no mínimo lamentável.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

"O caçador de Pipas"

" - Você perguntou sobre o pecado e quero lhe dizer o que penso a este respeito...
[...]
- Pouco importa o que diga esse mulá; existe apenas um pecado, um só. E esse pecado é roubar. Qualquer outro é simplesmente uma variação do roubo...
[...]
- Quando você mata um homem, está roubando uma vida. Está roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos um pai. Quando mente, está roubando de alguém o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, está roubando o direito à justiça".
(O Caçador de Pipas - Khaled Hosseini)
E olha que a gente ainda passa uns bons anos tentando decorar, interpretar e entender o código penal, quando este se resume em tão pouco...