terça-feira, 13 de setembro de 2011

ÚLTIMAS NOTÍCIAS


Juro que dessa vez eu vou tentar ser o mais breve possível. O povo ta reclamando que eu tô escrevendo muito e não estão tendo tempo de ler tudo... então, vamos lá.
Esses três últimos dias foram corridos e cansativos, por isso não tive tempo nem energia para postar. Na sexta trabalhei bastante com as crianças. Como disse no post anterior, como o nível de inglês delas, varia bastante de uma criança à outra, eu tenho que pensar em várias atividades, para serem executadas, ao mesmo tempo e deixá-los todos ocupados. Mas acho que estou conseguindo me virar bem!! O que mais me impressiona nessas crianças, é a vontade de aprender, a dedicação e o respeito que eles têm por aqueles que estão ali para ajudá-los. Acho que estou aprendendo a me comunicar muito além do inglês...
Tem um deles, que por algum motivo não está indo pra escola, mas ainda não consegui descobrir o porquê. O responsável pela ONG ainda não veio aqui, desde que eu comecei a trabalhar, e eu quero marcar uma reunião com ele para saber como que funciona esse projeto e o que mais eu e a AIESEC podemos fazer por essas crianças.
Na sexta, não só eu, mas todos os trainees da casa estavam exaustos e ninguém saiu. Sábado eu acordei às 08hs, pois eu e a Jenifer (a outra brasileira) fomos fazer um tour pela cidade, em um grande ponto turístico aqui de Jaipur: o Amber Fort. É uma fortaleza gigante, com um visual maravilhoso. Foi lá que andamos de elefante!! Sim, de ELEFANTE!! Quando, na minha vida, que eu imaginei vir pra Índia e andar de elefante?? Poisé, mais uma prova que o mundo parece estar cada vez mais pequeno pra mim, e que o meu mundo está crescendo cada dia mais.
ps: empolgada que eu tava ao me deparar com uma manada de elefantes, acabei pisando no que eles chamam de “elephant cake”: em outras palavras; uma bolota de merda de elefante. (Y). Parabéns pra mim! Eu devo ter lido, em algum lugar, que pisar em merda de elefante dá sorte. Tomara! ¬¬
O sábado estava ESCALDANTE... fiquei com os braços e o rosto todo vermelho (Y). Com o calor que estava fazendo, já era de prever que ia cair uma chuva, e forte. Tínhamos planejado visitar mais um ponto turístico, o Jal Mahal, também conhecido pelo nome de Water Palace, devido ser um palácio cercado por água. Bem, São Pedro não colaborou nenhum um pouco e a gente acabou voltando direto pra casa, onde eu simplesmente tomei banho e capotei na cama. Todo aquele sol me deixou exausta e mora de dor de cabeça.  O bom de ter dormido, foi ter recarregado as energias para sair a noite com os trainees. Era a despedida da Reggie, trainee da Suíça que já mora aqui há 5 anos (entre idas e vindas) e faz parte de um projeto de artesanato com mulheres e crianças, super lindo. A festa, mais uma vez me surpreendeu; foi em mais um hotel e as duas da manhã eu tava caindo na piscina, de roupa e tudo, o que foi um alívio, pro calor que eu tava sentindo, que nem me deixava concentrar para dançar.
Uma coisa nessa noite me chamou muito a atenção: o poder da AIESEC na Índia. Aqui, para entrar de graça, nas baladas, tem que entrar de casal (um homem e uma mulher), para manter o nível da balada. Do contrário, tem que pagar. A balada que a gente foi (Hotel chamado Naila) a entrada tava custando 3mil rúpias, o que é BASTANTE coisa para o dinheiro deles. Eis então que nos vimos em um problema: tínhamos 4 mulheres, para 5 homens. Depois de muita conversa (pensamos em desistir e voltar todo mundo pra casa; um dos meninos queria ir embora; todo mundo ia rachar a entrada do guri que ficou sem par), eis que finalmente o dono da balada deixou todo mundo entrar, de graça. Sabe como?? Bastou falar que nós éramos membros e trainees da AIESEC. Eu perguntei pra um dos guris se esse realmente o motivo pelo qual eles tinham liberado a gente, e ele respondeu: “Sim, aqui as pessoas conhecem bastante a AIESEC e sabem do trabalho que fazemos para ajudar aos outros. Para eles é uma honra nos ter na festa deles...”. É galera, #ficaadica!
Domingo eu dormi até quase meio-dia. Tava tão cansada que a única coisa que eu fiz foi sair pra almoçar, com a Jenifer, no shopping (ela comeu Mcdonalds e eu comi Pizza Hut, porque nenhuma das duas estava afim de comer comida indiana), voltei pra casa e dormir até as 18hs. Quando acordei, trabalhei até as 22:30, entre responder emails e inbox, enviar outros, fazer o relatório da ASK IT que a DDL era até ontem, e preparar a aula de hoje pra criançada. Quando terminei, fui direto dormir, de novo!!

ps: post escrito ontem, mas como eu ando cheia de coisas pra fazer e super cansada, não estou conseguindo atualizar todos os dias. Vou passar uma semana sem postar oq estou viajar, amanhã de manhã, para Baroda, para a Conferância Nacional de Desenvolvimento e Liderança da AIESEC na Índia. U-HULLLL o//
Prometo voltar com bastantes novidades e fotos. Até mais

Sugar Cube: “Quem só acredita no visível tem um mundo muito pequeno”. (C.F.A.)

Algumas fotos desse fim-de-semana:

















quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Mãos à obra!!


Segundo dia, oficial, de trabalho (e primeiro de TRABALHO, de verdade). Comecei o dia com as queridices dos indianos da AIESEC: mensagens de bom dia (desde que eu consegui um celular, eu recebo várias mensagens durante o dia: bom dia, boa tarde, boa noite, tenha um bom dia de trabalho, como está na ONG?? e por aí vai...) e de bom trabalho. No dia anterior, o Yash veio aqui em casa e me levou de moto até um rickshaw (aqueles carrinhos/motos engraçados, que são o maior meio de transporte aqui. Conversou com o motorista, em híndi, para explicar direitinho o endereço da ONG; e para garantir que o motora ia realmente me deixar no lugar combinado, ele anotou o cel do tiozinho e ligou para confirmar que era o número certo. Depois ele me disse que combinou com o motora,pra ele me buscar todo dia em casa e me levar ao trabalho. Me diz se eu mereço tudo isso, gente?? Já to ficando é mal-acostumada!!!
Voltando ao trabalho... aqui eles têm o costume de “venerar” os mais velhos: sempre que alguém mais velho/autoridade chega na casa, sala, aonde eles estiverem, eles se levantam, vão até a pessoa, tocam o pé da pessoa, como um pedido de benção. Comigo não é diferente!! Quando chego, além do pedido de benção, eles me recebem com um “good morning/evening didi(não sei como escreve, mas significa “irmã mais velha”), how are you?”, mesmo os que falam muito pouco inglês. Tenho duas turmas: os da manhã (são menores e têm um inglês bem mais fraco, o que dificulta um pouco a comunicação, mas nada que não se dê um jeito), que estudam a tarde; e os da tarde, que estudam pela manhã. Esses são maiores, também em maior quantidade, e tem um nível de inglês melhor; dois deles (os mais velhos) me ajudam com a tradução para com os outros irmãos. Não tive tempo de preparar muita coisa, pois ontem, depois da ONG, fui para o escritório da AIESEC e só cheguei em casa às 11hs da noite; mas conseguir pesquisar na net umas dinâmicas, que apliquei hoje, no intuito de quebrar o gelo, conhecê-los melhor e ganhar a confiança deles. Também li historinha e pedi para eles desenharem (fotos), de acordo com a história que eu li pra eles. Mas a melhor parte, mesmo, foi ensinar a dançar RollCall: eles amaram, apesar de ficarem um pouco envergonhados. Até as mulheres da casa gostaram e disseram, em um inglês muito simples, que eu danço muito bonito. HUAHAUHAUAHAUHAUHA. Eu falei pra eles que na próxima vez eu vou levar a filmadora e vou filmar eles dançando, e mandar para o Brasil. Eles aprovaram!!
Aos poucos eu vou tendo uns insights sobre como trabalhar com eles. O mais difícil é conseguir pensar em atividades que possa incluir todos, considerando o desnível no inglês, e a minha total ignorância híndi. Mas, como disse, aos poucos eu vou tendo novas ideias e vou testando. Hoje mesmo, fui ao supermercado comprar uns materiais para utilizar com eles, durante as atividades, apesar de que eles têm uma boa condição de estudos e de material (todos com uniformes, livros, cadernos, estojo e mochilinha). Mas, mesmo assim, quis comprar um material “meu”, para deixar as atividades mais organizadas e dinâmicas. =D
Ah, já ia esquecendo de falar: a parte mais engraçada/tensa do dia, foi quando as mulheres da casa vieram perguntar se eu era casada, e eu respondi que não e fui explicar como funcionam os casamentos; elas riram, não sei se porque realmente acharam engraçado, ou se por espanto. Isso porque eu nem cheguei e falar sobre “ficar”, pra não causar muito tumulto... ahuahauahuahuaha
Enfim, por hoje é só, pessoal. Hasta luego!

ps: finalmente consegui tirar umas fotos (à pedidos) das tão famosas vacas sagradas, e folgadas, e de quebra, ainda topei com uns camelos, no meio do caminho. Ai essa INCREDIBLE INDIA...
ps2: a geladeira da cozinha quebrou. Estragou a comida de todo mundo. Ta uma MARAVILHA!! (Y) ¬¬

ps3: Tô impressionada em como eu tô conseguindo me adaptar bem, com a comida apimentada, daqui. Claro que não é nada de deliciosooo, mas tá descendo bem. Esses dois dias eu almocei com as crianças, na ONG, e comi típica comida (apimentada) indiana, e sobrevivi bem. Vamos ver os resultados daqui pra frente...

Sugar Cube: “Nenhuma luta haverá jamais de me embrutecer, nenhum cotidiano será tão pesado a ponto de me esmagar, nenhuma carga me fará baixar a cabeça”. #ficaadica!

Mais fotos:















Touch´s Program


Meu primeiro dia, oficial, de trabalho, foi meio boring... Achei que as crianças tinham uma agenda cheia de atividades e que eu teria que coordenar e gerenciar essas atividades... LENDA!! Elas não têm absolutamente nada pra fazer, após a escola, a não ser o dever de casa, que é feito com muita rapidez e facilidade; eles são altamente inteligentes e dedicados. Bem, como não tem nada para fazer, eu tenho que #takethelead e organizar. Xá comigooo, a partir do 2° dia eu já vou ter o que fazer com essa galera =D

Sugar Cube: “Apenas aceita – ele, como todos -,  e aceitar era uma forma de compreender.”

Algumas fotos do primeiro dia:








segunda-feira, 5 de setembro de 2011

1° Dia de Trabalho



Bem, primeiro, vou falar rapidamente sobre ontem, já que não postei nada sobre. Eu, a outra brasileira e os japas, tínhamos combinado de irmos à Pink City, que é um ponto turístico bem famoso, aqui em Jaipur. Mas, sempre que formos fazer planos turísticos, temos que contar com a ajuda de uma outra pessoa: SÃO PEDRO!! Ultimamente, ele não tem sido muito amigável: tem chovido todos os dias, desde que cheguei, o que dificulta as minhas saídas turísticas e, logo, que eu tire fotos. De manhã, quebrada depois de duas baladas seguidas, após dois dias viajando até chegar aqui, eu dormi um pouco mais e acordei descansada. A única programação que estava certa, era a de uma festa da AIESEC Jaipur, que seria de despedida para a sueca e de boas-vindas para mim, a outra brasileira, a Checa e a Turca. Acabou não rolando, por uns probleminhas que eles tiveram. Vai rolar depois! Até então, eu tinha me programado para sair com eles, às 17hs, portanto, até lá eu teria tempo livre para conhecer algum outro lugar. Mas, além de São Pedro não colaborar, cada trainee aqui da casa queria fazer uma coisa diferente. Ou seja, resolvi ficar em casa, atualizando o blog, respondendo emails e descansando até as 17hs. Como disse, a festa de boas-vindas não rolou, pelo menos, não oficialmente, porque mesmo assim eles mandaram dois indianos virem me buscar para me levar para uma festa (pra eu não ficar sem fazer nada, em casa); só não me falaram que era uma POOL-PARTY!! Quando, na minha vida, eu imaginei que eu ia participar em de uma festa dessas, na Índia?? Mais um ponto positivo pra Jaipur! Basta ver as fotos e vocês também vão achar que eu estava em Miami e não na Índia (eu também fiz um vídeo, mas ainda não to conseguindo passar para o PC. Fica para a próxima). A festa bombou, com direito a cobertura de jornal local e tudo (que, claro, tirou um milhão de fotos da branca, visivelmente* não indiana, de camisa verde-amarela do que eles conhecem pela maior seleção de futebol do mundo – sim, eu sou patriota e não é só na Copa do Mundo). A festa foi bem boa, acabei sendo convencida a cair na piscina, de roupa e tudo (não, aqui eles não usam biquínis e calção de banho...tava todo mundo de roupa, na piscina), e os meninos sempre me perguntando se eu estava bem, se estava gostando e se queria alguma coisa. Depois disso, eu disse que estava faminta, e me levaram para comer no shopping em frente à festa (que eu esqueci de comentar: era na cobertura de um Hotel), e eu, cansada como tava, fui no que era mais fácil: subway. Quando cheguei em casa, caindo de sono, só tomei banho e desmaiei, na cama. Nem vi  a sueca ir embora #shameonme!

                                          Pool-Party
                                           Im in Jaipur (ou seria Miami?!?), BITCH!!
Mas vamos a hoje: dia lindo! Eu já estava aflita e ansiosa para ir trabalhar, e ninguém da AIESEC vinha me buscar, sendo que eu não tinha nenhuma info da ONG. Quando eu tava deitada, ouvindo música, às 16hs da tarde, eis que chega Yash (o mesmo guri que me levou para comprar o chip de celular) para me levar à ONG, para eu me apresentar e poder começar a trabalhar, efetivamente, amanhã. Ele veio de scooter (ebaaa o//) e a proporção que a gente foi andando, ele foi me explicando como eu devo fazer para chegar lá. É um bucadin longe e eu vou ter que pegar umas 4 conduções diferentes; quem mandou querer se desenvolver, né? Agora agüenta. Chegando na ONG, fui recebida por vários sorrisos curiosos. Todas as crianças vieram prontamente falar comigo e apertar minha mão: juro que eram umas 10 mãos, ao mesmo tempo. Eu não sabia qual apertar primeiro. Enquanto Yash ia conversando com uma das mulheres que cuida do orfanato, eu fui respondendo à todas as curiosidades das crianças: nome, de onde eu venho (me trouxeram um globo e tudo, para eu mostrar onde eu moro no Brasil e todo o percurso que eu fiz até chegar aqui), porque eu tenho tantos piercings, quem é Yasmin (eles viram a tatuagem no meu punho, e eu expliquei que é a minha “god-daughter”/afilhada; como apadrinhamento é costumo cristão, eles só entenderam o “daughter”: ou seja, na cabeça deles eu tenho uma filha...hauahuahuahauha) e porque eu fiz uma tattoo com o nome dela; porque eu usava um colar de terço no pescoço e me ensinaram a falar Jesus Cristo em híndi; o que era aquele pano verde-amarelo pendurado na minha mochila (minha bandeira do Brasil que eu amarrei na mochi) e porque eu andava com ela pendurada e outras mil coisas... perguntaram se eu ia voltar, e ficaram super felizes quando eu disse que sim. Disseram que vão em ensinar híndi e Yoga e vão ser meus amigos. LINDOSSSS!!! Durante todo o tempo em que fiquei lá, eles não desgrudaram de mim; me abraçavam, apertavam minha mão... faziam de tudo para chamar a atenção. Nem todos falam inglês, mas o mais velho (já senti que vai ser meu braço direito no trabalho) fala e MUITO BEM!! Dá um banho em muita gente que eu conheço e que bate no peito dizendo que fala inglês. Ah, um detalhe: nem todo mundo sabe, mas essa ONG com a qual irei trabalhar é um orfanato/creche que abriga crianças com HIV. Ou seja, grande parte dessas crianças (ainda não sei dizer quem), são soro-positivas. Sabe o que mais me encheu de alegria e motivação?? Apesar da situação humilde e frágil devido às condições econômicas e de saúde de cada um deles, todos eles são SUPER INTELIGENTES e DETERMINADOS. Todos eles têm sonhos: sabem exatamente o que querem ser, quando adultos. Piloto da Aeronáutica indiana; cantor, cientista, engenheiro, professor. Vê-los falar dessas vontades me encheu de tanta alegria e determinação. Só reafirmou o meu papel na minha vinda para cá e na vida deles! Depois que saímos da ONG, o Yash me levou para comer, no shopping (o mesmo que eu fui, no sábado) e mais uma vez eu comi comida indiana: sobrevivi mas meu estômago já deu sinais de “pega leve” (Y). Após isso, ele me levou para conhecer a AIESEC Jaipur: tava uma correria louca, pois eles estão passando por processo seletivo. Conheci o Presidente, a Vice-presidente de Gestão de Talentos e o Vice-Presidente de Intercâmbios Corporativos, com quem irei trabalhar. Sim, fui convidada a fazer um CEED em ICX-C e eu aceitei, NA HORA!! Eles ficaram super empolgados por eu ser membro pleno e por eu ter aceitado o convite. Eu, mais ainda. Ou seja, além de trabalhar na ONG, assim que eu sair de lá, irei direto ao escritório, e vou trabalhar mais umas 2hs =D.
Para encerrar o dia, o querido do Yash me levou para conhecer o bairro onde fica o escritório da AIESEC: é o melhor bairro para se comprar jóias e bijouterias! As melhores pedras/peças e pelo melhor preço! A proporção que a gente foi entrando nos lugares, ele começou a me comprar um monte de coisas. Eu já tava sem graça e não queria entrar mais em lugar nenhum, para ele não querer comprar mais nada. Eu sempre dizia não, mas ele insistia. Por último, no pacotinho de pulseiras que ele me deu, ele escreveu um recadinho e me disse: “esse é o meu primeiro sugar cube para você”: LINDOOO!! Ai gente, eles são tão queridos aqui comigo, que eu fico completamente sem graça, de verdade. =S
Por fim, ele me trouxe de volta para casa, na motoca (u-hulll) e aqui eu e as meninas já começamos a programar nossas viagens para conhecer os pontos turísticos (primeira parada: Taj Mahal!) indianos.
Por hoje é só, pessoal. Desculpem a monografia, mas acostumem! ;)

Beijos e até amanhã =D

Momento Sugar Cube: “Não tenha medo. Você vai encontrar um jeito certo, embora não exista um jeito certo, mas você vai encontrar o seu jeito, e é ele que importa.” (C.F.A.)

domingo, 4 de setembro de 2011

DAY 4/Broken Mindset n° 2



Segundo dia em Jaipur e por enquanto as coisas estão indo muito bem (tão bem que eu juro que to começando a ficar com medo do que pode vir depois... hauahuahuah). Ontem foi mais um dia super cansativo, porque eu não parei. Chegamos da festa às 03 da manhã, entrei na internet rapidinho para ver se tinha alguém do Brasil para eu dar “oi”; não tinha e eu fui dormir. Tava tão cansada que eu achei que fosse passar um dia inteiro dormindo: LENDA! Só consegui dormir 5hs. Acordei na pilha (deve o maldito fuso-horário). Acordei e fui fazer meu café-da-manhã muito saudável (mamão + cereal com leite + chá). Falando em café-da-manhã, pausa para uma parte séria e chata (a única, até agora), que eu acabei esquecendo (isso talvez seja um bom sinal) de escrever no post anterior, tamanha a minha correria e empolgação com tudo que está acontecendo. Na sexta, quando fui conhecer a cozinha da casa, juro que quase vomito. Tava simplesmente um LIXO!! Nada diferente (nada diferente, se não, pior) do que as cozinhas de presídios que eu já visitei. De verdade! =/ Tava cheia de louça suja e um mal-cheiro INSUPORTÁVEL. Era praticamente IMPOSSÍVEL se manter naquele lugar por mais de 2min. Isso me preocupou, pois não dá pra ficar comendo na rua e como falei, a melhor forma de não adoecer por intoxicação alimentícia, é preparar sua própria comida, em casa, por isso fiz compras e tudo mais. Mas com as más-condições da cozinha, era impossível conseguir preparar qualquer coisa pra comer. Tava tão nojento que eu guardei minhas compras no meu quarto. Mas, graças a Deus, as coisas melhoraram depois. Eis o que aconteceu: aqui na casa tem uma mulher que limpa os quartos 1 vez por semana e limpa a cozinha todos os dias (nós temos que deixar todas as louças na cozinha, se quisermos que ela lave – mas, digamos que a forma de lavar a louça deles é beeem mais simples que a nossa: ou seja, eu sempre lavo, de novo, antes de comer, só para garantir); isso já está incluso no valor do aluguel (85dollares, por mês) que pagamos para o dono da casa. Só que, justamente no dia que cheguei, estava tendo algum festival místico-religioso deles, e ela foi dispensada do trabalho e as louças/lixos acumularam na cozinha e ficou um nojo. Para terminar de lascar, um gato entrou na cozinha (que por sinal, tem um placa enorme, na porta, avisando para mantermos a porta sempre fechada, se não quisermos que MACACOS invadam e comam nossa comida) e fez cocô por lá, o que só piorou a situação. Enfim, no sábado ela estava de volta e limpou. Não ficou igual a cozinha da minha casa, mas, pro que estava, melhorou 101%; agora ta de boa. Não sei se realmente ta mais limpo ou se eu que já acostumei com a situação.
Ok, agora voltando ao dia de ontem. Depois do café, fiquei sentada na varanda fazendo minhas coisas e esperando dar 15hs, pois uma dos indianos da AIESEC que eu tinha conhecido na baladinha da noite anterior, ia passar aqui e me levar para tomar um café. Também, começou a chover e não dá pra fazer muita coisa na rua, com chuva. Por volta do almoço, os amigos do Rakshit vieram aqui na casa, pois ele estava em aula, na facul e não podia vir, e pediu para os amigos dele (que são da AIESEC) virem aqui para me levar para comprar um chip de celular. Que QUERIDOOO!! O problema é que meu cel é bloqueado e não funciona aqui. Mas, problema resolvido em 2 minutos: Harsh, amigo do Rakshit, disse que vai me emprestar um dos cels dele para que eu use durante a minha estadia aqui =D (que querido[2]). O outro amigo dele (que eu não lembro o nome) me levou, de scooter para comprar o chip. Outro querido[3]. Simplesmente me ajudou em TUDO!! Genteee, vocês não sabem quão MASSA é andar de Scooter no trânsito daqui. Buzinas, gente tirando fino de ti, chuva e vento na cara: AMEI (será que eu sou louca?? MAYBE!). Ps: Pai, me dá uma scooter?? Eu prometo me comportar *_* (#not...hauahuahuah).
Na volta da compra do chip, como sou membro pleno e ativa da AIESEC, eis que Harsh me dá a MELHOR NOTÍCIA DO DIA: vão rolar duas conferências nacionais durante o período que eu vou estar aqui (uma agora dia 15... é o DD para membros novos para todas as AIESECs do norte da Índia, e o outro é a versão da CONADE dele, que vai ter uns 500 delegados: e o melhor, eu fui convidada a participar. Eu dava pulos de alegria pela casa: GENTE, EU VOU PARTICIPAR DE DUAS CONFERÊNCIAS NACIONAIS, INDIANASSSS!! How cool is that?? o//). Ainda, como eles estão em processo seletivo e ainda estão fazendo divulgação nas universidades, ele me convidou para dar uma palestra de divulgação na maior Universidade (não lembro se de Jaipur ou da Índia) para “vender” a AIESEC. Nem preciso dizer que topei, né?? *_*
Depois disso, meu outro amigo indiano chegou, de moto (o//) pra gente sair. Acabou saindo todo mundo: íamos almoçar e jogar vídeo-game. O vídeo game não deu tempo, mas, comi comida indiana pela primeira vez e SOBREVIVI. É claro, só comi porque tava acompanhada deles e pedi sugestão e antes, disse: “take it easy, please”. Era apimentado, mas deu para descer. E era bem gostosinho =D
De lá do shopping fomos a uma liquor store, comprar vodka (e eu tinha prometido fazer caipirinha com a cachaça que eu trouxe) e depois viemos para trainee house nos arrumar para fazer um esquenta na casa de um dos indianos e depois ir pra balada. Conversamos bastante, rimos bastante e dançamos bastante. Voltei pra casa as 04:30 (e teve gente que só voltou às 07hs), moooortaaa de cansada e louca de sono. Mas, claro, devido ao fuso, não resisti e entrei na net, pra falar com o Brasil. Falei com Gabizinha pelo skype (que ficou tirando sarro da minha cara de detonada e ainda fez o favor de chamar a mãe dela para ver meu estado... hauahuahauha... Gabiii, to morrendo de saudadesss!!!), e finalmente fui dormir. o//
Bem, pra encerrar (UFA!!): o broken mindset do dia é sobre a questão da hospitalidade, e aqui entra o sugar cube do dia: “Um dia tu vais compreender que não existe nenhuma pessoa completamente má, nenhuma pessoa completamente boa. Tu vais ver que todos nós somos apenas humanos”. Bem, a conclusão que tiro desse trecho e da Índia é sobre a (des)humanidade das pessoas. Estou impressionada com a forma que eles nos tratam aqui; principalmente o pessoal da AIESEC. Se eles puderem se jogar no chão, pra você pisar em cima e não se machucar/sujar, pode ter certeza que eles vão fazer isso por você. Antes de vir pra cá, e por só ter vivido em países de primeiro mundo, eu achava que só o brasileiro sabia tratar bem os estrangeiros. Mentira!! Hoje penso que quanto mais fudida (com o perdão da palavra) é a tua realidade, mais (des)humanidade vais encontrar. Desumanidade naqueles que não se importam com os outros, não respeitam as diferenças e não tem senso de alteridade. Humanidade naqueles que quanto mais maltratados, mais bem procuram fazer aqueles ao seu redor.
Bem, essa foi a minha grande reflexão do dia. Espero que vocês estejam acompanhando e curtindo tudo.

Beijos e até o próximo post!

sábado, 3 de setembro de 2011

Broken mindset n° 1



Vou tentar ser mais resumida nesse post aqui. ;)
Como escrevi no post passado, assim como no Brasil, também aqui existem várias Índias (e não são as mulheres dos índios... hauahuahauhauha) dentro da Índia. Ontem a trainee da Suíça convidou a gente para sair, com os amigos indianos dela (ela trabalha aqui e na suíça, e vai e vem o tempo todo: ou seja, ela já tem 5 anos de Índia e até fala híndi). Então, eu pensei: tenho duas opções; ficar dormindo em casa e me recuperar da viagem, ou sair pra descobrir como que os indianos se divertem. Devo confessar que eu to bem feliz de ter escolhido a segunda opção. Tomei um banho e troquei de roupa, super rápido (sair com tanta pressa que só no meio do caminho eu me toquei que eu tava usando óculos: coisa linda pra uma balada né?? Mas que nada, eu não sou indiana e isso já é suficiente para chamar atenção...) pois um dos amigos dela já estava nos esperando, de carro, lá embaixo. Fomos a uma balada aqui perto (não fazia a mínima ideia de onde estavam me levando) e era simplesmente um puta de um hotel super chique e luxuoso (o Ramada Inn) em que os caras vêm abrir a porta do teu carro com um “Namaste” e um sorriso de ponta-a-ponta do rosto. Fomos direto pra balada do hotel, sem pagar nada, pois o amigo da trainee é DJ da casa (toca todos os sábados) e colocou o nosso nome na lista.  Subimos e o espaço me lembra bastante a Jivago, em Floripa. Pequeno, porém aconchegante e DANÇANTE! O DJ da noite era um dos maiores DJs da Índia, o DJ oficial  da Kingfisher (confesso que ainda não descobri exatamente o que é essa marca, mas ela está em todos os lugares: desde a cerveja mais famosa até companhia aérea). E as pessoas?? Se vocês imaginaram pessoas comportadas (mulheres de um lado e homens do outro) e vestidas dos pés a cabeça, vocês, como eu, erraram feio. Exceto pela clara característica física, indiana, eles eram completamente ocidentais; desde o modo de se vestir até o de se portar, o fez com que eu me sentisse mais confortável e me soltasse mais (apesar de continuar chamando bastante – até demais – atenção). Enfim, o fato é que eu esperava uma noite completamente diferente, estranha e até boring, mas o fato é que eu precisava desse tipo de balada com os tipos de música que tocaram, há muito tempo, e não achava (ou não tinha tempo/disposição de ir) no Brasil. Dancei até minhas pernas pedirem penico e me diverti bastante. Portanto, foi um mindset quebrado, graças a essa experiência e desafio que eu aceitei. Ponto pra Índia.

DAY 3 – Jaipur



Vôo tranqüilo até a Jaipur (exceto pela parte que só tinha indianos no vôo e eu nem preciso dizer que eu era o centro das atenções né??), li um pouco de Caio F,; cochilei mais um pouco e aproveitei para escrever o post anterior. Em menos de duas horas eu estava pousas em Jaipur. Vista aérea tranqüila, aeroporto super moderno, bonito, organizado: estou realmente na Índia?? Sim, eu estou... já haviam me falado isso, e agora eu estou pronta para comprovar, com os meus próprios olhos; é que tal como no Brasil, na Índia existem várias Índias... com o tempo vocês vão entender...
Chegando no desembarque: NINGUÉM para me receber. #todoschora! Mas calma: a culpa foi completamente minha que comprei outra passagem, chegando um dia antes e não consegui comunicar o Rakshit (meu amigo indiano, que me casou com a vaga e tem me dado todo suporte, aqui na Índia, antes mesmo de chegar aqui). Mas, expierta que eu sou (mentirinha, foi dica da Camilinha...hauhauahuah), eu chequei o número do celular do Rakshit, na assinatura de email dele, e quando eu cheguei no aeroporto, liguei pra ele do orelhão e ele simplesmente disse: “me espera aí que eu vou te buscar AGORA”. Meia hora depois ele estava lá, com mais dois amigos (um da AIESEC) para me buscar. Pegou minhas malas, chamou um táxi (tok tok... não sei se é assim que se escreve), não me deixou pagar, deu o endereço da trainee house para o motora e em 20 minutos eu estava na minha nova casinha =D
Chegando na Babylon House (nome da trainee house onde eu estou morando – nome apropriado para a multiculturalidade do local, diga-se de passagem), fui recebida pela Jenifer, a outra trainee do Brasil, que estava de saída para o trabalho. Na casa eu conheci os outros trainees: dois do Japão, uma da Turquia, uma da Suíça, uma da Suécia, uma da República Checa e duas da Rússia! Conversei um pouco, acessei a internet para mandar notícias de que eu estava viva, e fui dar uma volta com a trainee da Rep. Checa, para comprarmos alguma comida (a forma mais fácil de não adoecer por aqui, é comprando comida e cozinhando em casa). Fomos caminhando até um shopping que tem aqui perto de casa (um shopping NORMALLL, com ar-condicionado e tudo- ontem tava um calor INFERNAL, estilo São Luís nos últimos dois anos) para irmos ao supermercado que tem lá dentro. No caminho, pobreza, bagunça e sujeira nas ruas e vários indianos vindo em nossa direção para dizer “oi”, e apertar a nossa mão. Aqui a gente é o centro das atenções (no começo até que é legal, mas chega uma hora que enche o saco; tu olha pra trás e tem um monte de gente te seguindo e te puxando; principalmente crianças). No supermercado não foi diferente: três crianças vieram atrás da gente e pediram pra gente tirar foto delas, todas sorridentes e impressionadas. Comprei comida para uma semana e paguei o equivalente a 35dollares: coisa que não se vê no Brasil, nos dias de hoje (Y). Voltando pra casa eu tava exausta e mesmo lutando contra o fuso-horário (8:30hs a mais que o Brasil), acabei dormindo no meu novo quarto. Eu divido quarto com a trainee da Suécia, que já está aqui a 3 meses e já está indo embora no domingo. O quarto é relativamente grande, em se tratando das acomodações indianas. Um guarda-roupa “generoso” para as duas e uma cabeceira, e uma cama pra cada. A cama é um pedaço de madeira, com um colchonete bem fino por cima. Delicinha de cama, hein?? Mas, pra quem já dormiu em colchão inflável, na laje de uma casa a céu aberto, isso aqui é o paraíso. O banheiro é comunitário para os trainees. Não é o mais luxuoso do mundo, óbvio. Mas, como falei, em se tratando de Índia e de trainee house, é uma MARAVILHA. Até agora, minha adaptação ta sendo tranqüila. Tudo bem que é só o primeiro dia e eu não posso me empolgar falando que ta fácil, porque ainda ta bem longe de eu realmente conhecer a Índia. A rua onde eu moro me lembra muito minhas férias pelo interior do Maranhão (Codó, Rosário, bacabeira etc): mais sujeira, buracos, esgoto, animais (de cachorros a porcos) e pobreza (exceto pelo Audi estacionado na casa do vizinho...); ou seja, nada que eu não tenha visto, antes!

Por hora, é “só”, galera. Até o próximo post (pretty soon) ;)

ps: Sugar cube do dia - "Se você me amar e eu te amar, não precisaremos da aprovação de ninguém para ficar juntos, como também não precisamos assinar nenhum papel ou aceitar qualquer espécie de jogo." (C.F.A.)

Namaste!!

                                                                     Babylon House
                                                                     "Porquinhos da Índia"
                                                                 O retrato da riqueza
                                                              O retrato da pobreza
                                                                   O caçador de pipas







DAY 2 – Heading to India


Ainda no aeroporto de Johannesburg, África do Sul, passo pela fiscalização e me dirijo à área de embarque. O aeroporto é gigantesco e LINDO. Fiquei maravilhada com uma loja típica africana cheia de tudo que se pode imaginar no mundo africano. Fiquei meio tentada à comprar alguma coisa, mesmo sem saber exatamente o que. Mas aí, falei pra mim mesma: “Vai com calma, Coolerman, daqui 7 semanas tu estás de volta e ‘this time for Africa’”; deixei a loja de lado e me dirigi à um balcão de informações para saber qual era o meu portão. Errei o caminho (e fui parar do outro lado do aeroporto, já morrendo de dor na coluna do vôo anterior e mais o peso da minha mochila, que está simplesmente ENTUPIDA de coisas). Ao chegar, finalmente, no portão onde eu embarcaria mais tarde, tinham somente duas pessoas, e poltronas confortáveis me esperando para esticar a coluna e um cochilo experto (antes eu tentei usar o pc e acessar a net para dar notícias de vida, mas meu pc já estava descarregando e a tomada deles é diferente da nossa... deixei de mão...); acordei com o barulho das pessoas chegando para o embarque e com uma voz  me perguntando: “você fala português?”. Era uma menina, de 16 anos que estava saindo de casa pela primeira vez, para fazer um intercâmbio high-school, em Pune, na Índia. Tudo bem que ela não estava a mais empolgada das pessoas, mas pô, com 16 anos eu tava voltando ao Canadá, pela segunda vez, e estava longe de sonhar em um dia vir parar na Índia. Enfim, tirei o chapéu pra guria, mesmo ela tendo me “explorado” o vôo inteiro (ajudei ela com malas, imigração, comida, etc...). No avião, mais 9hs de vôo me esperavam. O vôo não estava lotado e eu tinha uma fileira de quatro lugares, vazia, todinha pra mim, certo? #not. Descobri que a “folga” não era uma característica só dos chineses; fui ao banheiro e quando voltei, tinha um indiano estirado nas 3 poltronas, me deixando mal a minha, pra sentar. (Y)
Procurei mais assentos de 4 lugares vagos, mas já estavam todos ocupados. Me contive com um de dois lugares que me deixou com torcicolo da posição em que dormi, mas, pelo menos, eu dormi.
9 longas horas (dessa vez o tempo passou mais devagar) mais tarde, eu finalmente pouso na INDIA!! Engraçado que a proporção que foi passando o tempo, eu fui ficando super relaxada e tranquila, como se tivesse voltando pra casa... Quando saí de SP eu falei: “cara, o que jhabuss eu to indo fazer na Índia??”; pouco antes de chegar em Mumbai eu me senti com uma vontade incrível de GRITAR: “cara, EU TÔ NA INDIAAA, &%$#@” (obviamente eu não gritei, afinal de contas, eu não preciso de muito para atrair todas as atenções para a minha pessoa...). Me senti segura e confiante de que fiz a escolha certa. Sei que ainda tenho um longo caminho pela frente antes mesmo de poder dizer se gostei ou não dessa experiência, mas só o fato de ter chegado aqui me tranqüilizou e me fez sentir orgulho das minhas decisões.
Em Mumbai eu tive que pegar minhas bagagens (orei pra que elas não tivessem sido extraviadas; não foram. #meusantoéforte!) e as da guria que não sabia fazer nada, sozinha. Era 1h da manhã (aqui o fuso já é maior que na África: +03:30, totalizando 08:30hs de diferença com o Brasil) e o aeroporto estava vazio. Fui checar minha passagem para Délhi: era só as 17:30, ou seja, eu teria que esperar por mais 16:30hs no aeroporto, para pegar um vôo para Delhi, onde eu só chegaria a noite e teria que dormir no aeroporto para pegar o ônibus para Jaipur no dia seguinte (por segurança), pela manhã. Decidi pesquisar preço de passagens direto para Jaipur e que eu ficasse menos tempo esperando. Enquanto a Cia aérea não abria, eu fui procurar meu celular (que eu uso de mp3) para escutar música. Quem disse que eu achei?? Nessa história de trocar de poltrona para dormir, eu devo tê-lo esquecido no bolsão da poltrona (eu a minha cabeça de vento. #ficaadica pro presente de Natal, hein, galera? =D). Ainda voltei na Cia aérea, mas disseram que não encontraram nada (um outro senhor esqueceu a carteira, com tudo dentro, e também não acharam; o que me fez pensar que a minha situação era tranqüila,ainda mais se tratando de um cel velho que eu ganhei da Claro, uns 4 anos atrás). O bom de ter perdido o cel, é que esse moço que perdeu a carteira, me ajudou com algumas coisas e até me emprestou o cel dele, para eu entrar em contato com o pessoal da AIESEC em Jaipur. Depois da gente ter se conformado com a nossa perda, eu fui atrás da nova passagem e descobri que viajar, de avião, pela Índia é MUITO BARATO!! Paguei 85dollares na passagem direto para Jaipur, em um vôo que ia sair às 05:40 (quando eu comprei a passagem, já era 3:50hs). Detalhe, Mumbai fica quase ao Sul da Índia e Jaipur ao Norte. Ou seja, cruzei vou cruzar o páis por menos de R$150,00; coisa que não se vê no Brasil. Ainda em Mumbai, tive contato com o primeiro “bichinho de estimação” deles: um RATO!! Sim, aqui não é Disneylândia, mas é cheia dos Mouses; tanto quanto em Buenos Aires é cheio dos pombos.
Do aeroporto eu consegui acesso à net e dar notícias, pelo face, de que eu já estava na Índia, e tava inteira. Logo depois eu corri pro meu portão, que já estavam chamando para o embarque. Jaipur, aí vou eu!!! 

ps: Sugar cube do dia, que eu acabei lendo atrasado - "O que acontece comigo é que eu tinha andado de braços fechados. Sem perceber."
#ficaadica... acho que isso explica muita coisa, agora...

Day 1 – Leaving Home


Finalmente chegou o grande dia. Malas prontas, passagens e passaporte em mãos. Mas ainda sinto que tem algo faltando... ah, lembrei, é a ficha! Sim, a ficha que ainda não caiu! Quem diria que um dia eu ia ter a curiosidade e a  CORAGEM de fazer intercâmbio na ÍNDIA?? Logo eu que passei a adolescência inteira planejando mochilões pela Europa; esportes radicais na Austrália e Nova Zelândia; Work (slave) experience no USA e festas “calientes” no México. Quanto a África... só me passava pela cabeça conhecer a África do Sul, pois disseram que é igual a Austrália, só que mais barata (Y).
Poisé, mas as coisas mudam (amém) e eu acho, que de alguma forma “mudei e pra melhor, e ninguém precisa acreditar nisso para que eu tenha realmente mudado”, diria o grande Caio F. (vão logo se acostumando com frases dele, porque ele vai me acompanhar em TUDO! Preparei “sugar cubes” com minhas frases favoritas dele –as que li até agora –; todo dia eu pegarei uma dentro da minha caixinha de çai/tchai e ela servirá de inspiração para os escritos do dia... along, é claro, com as experiência que eu irei viver). A gente vai crescendo, amadurecendo (nem todos...infelizmente) e vai percebendo o mundo com outras lentes... começa a pensar o mundo “out of the Box”; e foi a minha curiosidade de conhecer o novo, movida pelos programas e objetivos da AIESEC (organização a qual faço parte) que me trouxe até aqui. Saí de casa sem saber ao certo o que eu tava sentindo: medo, excitação, ansiedade, curiosidade; qualquer sentimento diferente da calma e tranqüilidade que eu senti em janeiro, quando voltei ao Canadá, pela terceira vez;  país que eu já conheço a cultura, os costumes, culinária e domino a LÍNGUA. Anyway, cheguei a conclusão que só ao chegar na Índia é que talvez eu comece a entender os meus sentimentos...
Saí de Floripa às 10hs da manhã e fui para Guarulhos, aguardar meu vôo para Mumbai (Índia) que só sairia às 18:20 hs. Primeiro “problema”: excesso de bagagem, pois as passagens foram compradas separadas e o trecho FLN-GRU só conta como doméstico, o que significou menos R$120,00 no meu pobre bolso! Mas tudo bem, eu já esperava por isso, pois aconteceu a mesma coisa quando fui pra Vancouver, em janeiro.
Chegando em Guarulhos, recolho a bagagem e vou fazer o segundo check-in, dessa vez, internacional. Pensei: “ah, agora tô de buenas... tenho direito até duas malas de 32kg”... poisé, de fato eu tenho direito a isso, mas não tenho direito a compensação (ou seja, não posso exceder os 32kgs em uma mala, mesmo que a outra esteja bem abaixo do limite); resumindo: lá vou eu arrancar os plásticos que eu tinha mandando enrolar, ainda em floripa, por segurança e higiene e começar a transferir peso de uma mala à outra... adivinhem o que estava pesando tanto: as CACHAÇAS!! Bastou eu passar os dois litros de uma mala para a outra e ficou tudo lindo. Beleza, check-in feito, consegui assento no corredor (u-hulll) e fui embarcar. Antes do embarque, resolvi “colher” meu primeiro sugar cube do Caio, e eis que ele me diz: “vou ali ser feliz e já volto”. Ok!! Missão dada é missão cumprida... ainda mais vinda do meu autor favorito. Acredito que essa frase era o que eu precisava ouvir/ler para me tranqüilizar e saber que eu tomei a decisão certa ao escolher esses destinos para viver as minhas experiências de intercâmbio AIESECas.
Na sala de embarque, a fila tava kilométrica para o meu vôo, que estava lotado. Pensei: “meu assento ta garantido, logo, não vou ficar nessa fila pagando promessa”. Esperei todo mundo entrar e entrei por último (nesse meio tempo, encontrei o Karim – Egípcio que estava lá em Floripa -; me despedi dele, que estava voltando para casa e me disse “good luck” quando eu repeti que estava indo para a Índia). Só que graças a isso, eu quase não consigo espaço no bagageiro para pôr as minhas tranqueiras. Portanto, momento #ficaadica: embarquem o mais cedo possível, para garantir seus pertences acima da sua cabeçinha (tchêêêê) durante o vôo ;)
O vôo era completamente multi- étnico: brasileiros, chineses, indianos, africanos e uns outros gringos galegos que não dá pra dizer exatamente de onde são, mas dá pra chutar “di cum força” que são europeus. Sentei no corredor de uma fila de asiáticos, que penso eu, são chineses. O avião, apesar de maior por ser vôo doméstico, é bem menos confortável que os da Air Canadá e TAP que eu já viajei. Mas tudo bem, “estou indo pra índia, andar de tok-tok”, eu penso. Não bastasse o espaço ser apertado, o tiozinho do meu lado só não era mais FOLGADO, porque o dia só tem 24hs... Durante a janta, eu peço vinho e ele pede cerveja com GELO!! (sim, gelo. Até o comissário de bordo, que por sinal, não era NADA simpático, estranhou). No meio da minha garrafinha (que eu pedi pra tentar dormir bem), o bonitão pede pra ver a minha garrafa e experimentar o vinho... eu, besta que não sabe dizer não, “empresto”, e o que ele faz?? Toma direto na boca e diz (em um inglês PÉSSIMO): “depois você pede outro pra você”! Noção zero(Y). O pior é que ele passou o vôo inteiro dormindo e caindo em cima de mim, e esticando as pernas no espaço que era do MEU assento! Ah, ele não cheirava nada bem, também. Mas, mais uma vez eu pensei: “relaxa, Coolerman, você está indo para Índia, andar de trem e de ônibus, e lá vai ser BEEEM pior). Pra terminar de lascar comigo, a televisão da minha poltrona não estava funcionando e eu não consegui escutar música nem assistir nada! O jeito foi jantar, tomar SÓ meia garrafinha de vinho (já que me “tomaram” a outra metade) e tomar dois dramins e dormir o sonho dos justos! Graças a Deus o vôo passou mais rápido do que eu imaginava. Só acordei com o café da manhã e logo depois já estávamos pousando em Johannesburg – África do Sul; local da minha conexão, de onde escrevo esse primeiro relato.
Agora aguardo meu vôo para Mumbai (de lá eu tenho que pegar outro avião para Délhi, e de lá, outro avião ou um ônibus para Jaipur... cidade onde vou morar e trabalhar); ou seja, uma longa jornada ainda me aguarda, antes de eu poder, finalmente, esticar minha coluna (que já está gritando aqui) e tomar um bom banho.
Acho que é isso... (como se eu tivesse escrito pouco, né?? ¬¬ ps: se acostumem!). Até a próxima parada, com mais relatos e mais sugar cubes do Caio =D
ps: o fuso aqui na África do Sul são de 5horas a mais que no Brasil.

Ar@und the W@rld


Voltando a postar, depois de quase uma vida de desatualizações, é hora de dar uma cara e histórias novas para esse blog. A partir de agora vocês poderão acompanhar meu "diário de bordo" ao redor do mundo, oportunidade que eu estou tendo, graças aos intercâmbios da AIESEC. Começando pela India!!

Enjoy it!!