Ainda no aeroporto de Johannesburg, África do Sul, passo pela fiscalização e me dirijo à área de embarque. O aeroporto é gigantesco e LINDO. Fiquei maravilhada com uma loja típica africana cheia de tudo que se pode imaginar no mundo africano. Fiquei meio tentada à comprar alguma coisa, mesmo sem saber exatamente o que. Mas aí, falei pra mim mesma: “Vai com calma, Coolerman, daqui 7 semanas tu estás de volta e ‘this time for Africa’”; deixei a loja de lado e me dirigi à um balcão de informações para saber qual era o meu portão. Errei o caminho (e fui parar do outro lado do aeroporto, já morrendo de dor na coluna do vôo anterior e mais o peso da minha mochila, que está simplesmente ENTUPIDA de coisas). Ao chegar, finalmente, no portão onde eu embarcaria mais tarde, tinham somente duas pessoas, e poltronas confortáveis me esperando para esticar a coluna e um cochilo experto (antes eu tentei usar o pc e acessar a net para dar notícias de vida, mas meu pc já estava descarregando e a tomada deles é diferente da nossa... deixei de mão...); acordei com o barulho das pessoas chegando para o embarque e com uma voz me perguntando: “você fala português?”. Era uma menina, de 16 anos que estava saindo de casa pela primeira vez, para fazer um intercâmbio high-school, em Pune, na Índia. Tudo bem que ela não estava a mais empolgada das pessoas, mas pô, com 16 anos eu tava voltando ao Canadá, pela segunda vez, e estava longe de sonhar em um dia vir parar na Índia. Enfim, tirei o chapéu pra guria, mesmo ela tendo me “explorado” o vôo inteiro (ajudei ela com malas, imigração, comida, etc...). No avião, mais 9hs de vôo me esperavam. O vôo não estava lotado e eu tinha uma fileira de quatro lugares, vazia, todinha pra mim, certo? #not. Descobri que a “folga” não era uma característica só dos chineses; fui ao banheiro e quando voltei, tinha um indiano estirado nas 3 poltronas, me deixando mal a minha, pra sentar. (Y)
Procurei mais assentos de 4 lugares vagos, mas já estavam todos ocupados. Me contive com um de dois lugares que me deixou com torcicolo da posição em que dormi, mas, pelo menos, eu dormi.
9 longas horas (dessa vez o tempo passou mais devagar) mais tarde, eu finalmente pouso na INDIA!! Engraçado que a proporção que foi passando o tempo, eu fui ficando super relaxada e tranquila, como se tivesse voltando pra casa... Quando saí de SP eu falei: “cara, o que jhabuss eu to indo fazer na Índia??”; pouco antes de chegar em Mumbai eu me senti com uma vontade incrível de GRITAR: “cara, EU TÔ NA INDIAAA, &%$#@” (obviamente eu não gritei, afinal de contas, eu não preciso de muito para atrair todas as atenções para a minha pessoa...). Me senti segura e confiante de que fiz a escolha certa. Sei que ainda tenho um longo caminho pela frente antes mesmo de poder dizer se gostei ou não dessa experiência, mas só o fato de ter chegado aqui me tranqüilizou e me fez sentir orgulho das minhas decisões.
Em Mumbai eu tive que pegar minhas bagagens (orei pra que elas não tivessem sido extraviadas; não foram. #meusantoéforte!) e as da guria que não sabia fazer nada, sozinha. Era 1h da manhã (aqui o fuso já é maior que na África: +03:30, totalizando 08:30hs de diferença com o Brasil) e o aeroporto estava vazio. Fui checar minha passagem para Délhi: era só as 17:30, ou seja, eu teria que esperar por mais 16:30hs no aeroporto, para pegar um vôo para Delhi, onde eu só chegaria a noite e teria que dormir no aeroporto para pegar o ônibus para Jaipur no dia seguinte (por segurança), pela manhã. Decidi pesquisar preço de passagens direto para Jaipur e que eu ficasse menos tempo esperando. Enquanto a Cia aérea não abria, eu fui procurar meu celular (que eu uso de mp3) para escutar música. Quem disse que eu achei?? Nessa história de trocar de poltrona para dormir, eu devo tê-lo esquecido no bolsão da poltrona (eu a minha cabeça de vento. #ficaadica pro presente de Natal, hein, galera? =D). Ainda voltei na Cia aérea, mas disseram que não encontraram nada (um outro senhor esqueceu a carteira, com tudo dentro, e também não acharam; o que me fez pensar que a minha situação era tranqüila,ainda mais se tratando de um cel velho que eu ganhei da Claro, uns 4 anos atrás). O bom de ter perdido o cel, é que esse moço que perdeu a carteira, me ajudou com algumas coisas e até me emprestou o cel dele, para eu entrar em contato com o pessoal da AIESEC em Jaipur. Depois da gente ter se conformado com a nossa perda, eu fui atrás da nova passagem e descobri que viajar, de avião, pela Índia é MUITO BARATO!! Paguei 85dollares na passagem direto para Jaipur, em um vôo que ia sair às 05:40 (quando eu comprei a passagem, já era 3:50hs). Detalhe, Mumbai fica quase ao Sul da Índia e Jaipur ao Norte. Ou seja, cruzei vou cruzar o páis por menos de R$150,00; coisa que não se vê no Brasil. Ainda em Mumbai, tive contato com o primeiro “bichinho de estimação” deles: um RATO!! Sim, aqui não é Disneylândia, mas é cheia dos Mouses; tanto quanto em Buenos Aires é cheio dos pombos.
Do aeroporto eu consegui acesso à net e dar notícias, pelo face, de que eu já estava na Índia, e tava inteira. Logo depois eu corri pro meu portão, que já estavam chamando para o embarque. Jaipur, aí vou eu!!!
ps: Sugar cube do dia, que eu acabei lendo atrasado - "O que acontece comigo é que eu tinha andado de braços fechados. Sem perceber."
#ficaadica... acho que isso explica muita coisa, agora...
Um comentário:
Amigaaaaaaaaaa, RATOOOOOO? ECA!!!
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