sábado, 29 de março de 2008

E ela já não sabia mais quem era.
Jogada, ali, entre quatro paredes, chorava lágrimas de um cão sem dono em busca de abrigo. Procurava um apoio, uma parede que fosse, ao menos para que pudesse se encostar.
De nada adiantaria. O tempo deixava marcas em seu coração dilacerado que sangrava como um feto abortado de uma mão que não lhe queria.
Mas ela não desistiu; foi em frente. E no meio do caminho se perdeu em seu próprio sonho. Sonhava acordada consigo mesma e com a ilusão de um dia ser feliz.
Viajou os quatro cantos do mundo. Perseguiu seus medos, por medo que estes a perseguissem...
Parou várias vezes no meio do caminho para respirar, mas até o ar lhe custava caro; e ela não tinha como pagar.
Quis trabalho; ninguém lhe deu. E como se não bastasse, ninguém também lhe deu carinho e um quarto para dormir.
De volta aos quatro cantos da mesma parede, ela se deu conta que voltava ao mesmo lugar; de onde nunca deveria ter saído.
Era hora de acordar...

Alanna Sousa

Nenhum comentário: