sábado, 3 de setembro de 2011

Day 1 – Leaving Home


Finalmente chegou o grande dia. Malas prontas, passagens e passaporte em mãos. Mas ainda sinto que tem algo faltando... ah, lembrei, é a ficha! Sim, a ficha que ainda não caiu! Quem diria que um dia eu ia ter a curiosidade e a  CORAGEM de fazer intercâmbio na ÍNDIA?? Logo eu que passei a adolescência inteira planejando mochilões pela Europa; esportes radicais na Austrália e Nova Zelândia; Work (slave) experience no USA e festas “calientes” no México. Quanto a África... só me passava pela cabeça conhecer a África do Sul, pois disseram que é igual a Austrália, só que mais barata (Y).
Poisé, mas as coisas mudam (amém) e eu acho, que de alguma forma “mudei e pra melhor, e ninguém precisa acreditar nisso para que eu tenha realmente mudado”, diria o grande Caio F. (vão logo se acostumando com frases dele, porque ele vai me acompanhar em TUDO! Preparei “sugar cubes” com minhas frases favoritas dele –as que li até agora –; todo dia eu pegarei uma dentro da minha caixinha de çai/tchai e ela servirá de inspiração para os escritos do dia... along, é claro, com as experiência que eu irei viver). A gente vai crescendo, amadurecendo (nem todos...infelizmente) e vai percebendo o mundo com outras lentes... começa a pensar o mundo “out of the Box”; e foi a minha curiosidade de conhecer o novo, movida pelos programas e objetivos da AIESEC (organização a qual faço parte) que me trouxe até aqui. Saí de casa sem saber ao certo o que eu tava sentindo: medo, excitação, ansiedade, curiosidade; qualquer sentimento diferente da calma e tranqüilidade que eu senti em janeiro, quando voltei ao Canadá, pela terceira vez;  país que eu já conheço a cultura, os costumes, culinária e domino a LÍNGUA. Anyway, cheguei a conclusão que só ao chegar na Índia é que talvez eu comece a entender os meus sentimentos...
Saí de Floripa às 10hs da manhã e fui para Guarulhos, aguardar meu vôo para Mumbai (Índia) que só sairia às 18:20 hs. Primeiro “problema”: excesso de bagagem, pois as passagens foram compradas separadas e o trecho FLN-GRU só conta como doméstico, o que significou menos R$120,00 no meu pobre bolso! Mas tudo bem, eu já esperava por isso, pois aconteceu a mesma coisa quando fui pra Vancouver, em janeiro.
Chegando em Guarulhos, recolho a bagagem e vou fazer o segundo check-in, dessa vez, internacional. Pensei: “ah, agora tô de buenas... tenho direito até duas malas de 32kg”... poisé, de fato eu tenho direito a isso, mas não tenho direito a compensação (ou seja, não posso exceder os 32kgs em uma mala, mesmo que a outra esteja bem abaixo do limite); resumindo: lá vou eu arrancar os plásticos que eu tinha mandando enrolar, ainda em floripa, por segurança e higiene e começar a transferir peso de uma mala à outra... adivinhem o que estava pesando tanto: as CACHAÇAS!! Bastou eu passar os dois litros de uma mala para a outra e ficou tudo lindo. Beleza, check-in feito, consegui assento no corredor (u-hulll) e fui embarcar. Antes do embarque, resolvi “colher” meu primeiro sugar cube do Caio, e eis que ele me diz: “vou ali ser feliz e já volto”. Ok!! Missão dada é missão cumprida... ainda mais vinda do meu autor favorito. Acredito que essa frase era o que eu precisava ouvir/ler para me tranqüilizar e saber que eu tomei a decisão certa ao escolher esses destinos para viver as minhas experiências de intercâmbio AIESECas.
Na sala de embarque, a fila tava kilométrica para o meu vôo, que estava lotado. Pensei: “meu assento ta garantido, logo, não vou ficar nessa fila pagando promessa”. Esperei todo mundo entrar e entrei por último (nesse meio tempo, encontrei o Karim – Egípcio que estava lá em Floripa -; me despedi dele, que estava voltando para casa e me disse “good luck” quando eu repeti que estava indo para a Índia). Só que graças a isso, eu quase não consigo espaço no bagageiro para pôr as minhas tranqueiras. Portanto, momento #ficaadica: embarquem o mais cedo possível, para garantir seus pertences acima da sua cabeçinha (tchêêêê) durante o vôo ;)
O vôo era completamente multi- étnico: brasileiros, chineses, indianos, africanos e uns outros gringos galegos que não dá pra dizer exatamente de onde são, mas dá pra chutar “di cum força” que são europeus. Sentei no corredor de uma fila de asiáticos, que penso eu, são chineses. O avião, apesar de maior por ser vôo doméstico, é bem menos confortável que os da Air Canadá e TAP que eu já viajei. Mas tudo bem, “estou indo pra índia, andar de tok-tok”, eu penso. Não bastasse o espaço ser apertado, o tiozinho do meu lado só não era mais FOLGADO, porque o dia só tem 24hs... Durante a janta, eu peço vinho e ele pede cerveja com GELO!! (sim, gelo. Até o comissário de bordo, que por sinal, não era NADA simpático, estranhou). No meio da minha garrafinha (que eu pedi pra tentar dormir bem), o bonitão pede pra ver a minha garrafa e experimentar o vinho... eu, besta que não sabe dizer não, “empresto”, e o que ele faz?? Toma direto na boca e diz (em um inglês PÉSSIMO): “depois você pede outro pra você”! Noção zero(Y). O pior é que ele passou o vôo inteiro dormindo e caindo em cima de mim, e esticando as pernas no espaço que era do MEU assento! Ah, ele não cheirava nada bem, também. Mas, mais uma vez eu pensei: “relaxa, Coolerman, você está indo para Índia, andar de trem e de ônibus, e lá vai ser BEEEM pior). Pra terminar de lascar comigo, a televisão da minha poltrona não estava funcionando e eu não consegui escutar música nem assistir nada! O jeito foi jantar, tomar SÓ meia garrafinha de vinho (já que me “tomaram” a outra metade) e tomar dois dramins e dormir o sonho dos justos! Graças a Deus o vôo passou mais rápido do que eu imaginava. Só acordei com o café da manhã e logo depois já estávamos pousando em Johannesburg – África do Sul; local da minha conexão, de onde escrevo esse primeiro relato.
Agora aguardo meu vôo para Mumbai (de lá eu tenho que pegar outro avião para Délhi, e de lá, outro avião ou um ônibus para Jaipur... cidade onde vou morar e trabalhar); ou seja, uma longa jornada ainda me aguarda, antes de eu poder, finalmente, esticar minha coluna (que já está gritando aqui) e tomar um bom banho.
Acho que é isso... (como se eu tivesse escrito pouco, né?? ¬¬ ps: se acostumem!). Até a próxima parada, com mais relatos e mais sugar cubes do Caio =D
ps: o fuso aqui na África do Sul são de 5horas a mais que no Brasil.

2 comentários:

Elida disse...

Amiga, tu é muito besta! Deveria ter falado não pra esse ladrão de vinho! Que audácia!!!

sincronicidades disse...

Oi Alana! Eu esperava muito por isso, as suas descrições de ida à Índia, lugar pra onde quero muito ir. Sobre seus escritos, achei maravilhosos os detalhes e a ideia dos sugar cubes não podiam ter melhor autor que o Caio! Genial! E que cara folgado esse, hein! Comecei a ler teu blog hoje! Tudo de bom pra ti na Índia! Namastê!!!